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TÁRCISIO ASSUME SER O CANDIDATO DO GOLPE E DO EXTREMISMO

Quando Tarcísio de Freitas declarou que seu primeiro ato como presidente seria indultar Jair Bolsonaro, ele deixou cair a última máscara. Não foi um deslize, mas uma confissão pública de que sua candidatura não existe para governar o Brasil, mas para blindar um condenado por crimes contra a democracia. Em vez de falar sobre desenvolvimento, combate à desigualdade ou fortalecimento de serviços públicos, Tarcísio anunciou que sua prioridade máxima é a impunidade de Bolsonaro. Sua fala escancara que ele não representa um projeto de país, mas de submissão.

A imagem de gestor técnico e moderado que Tarcísio tentou cultivar desmorona diante de sua trajetória. Foi ministro de Bolsonaro, ajudou a militarizar a máquina pública, defendeu a ocupação de cargos civis por militares e, já como governador, se envolveu diretamente na articulação pela anistia dos crimes do 8 de janeiro. A promessa de indulto não surge do nada: é o coroamento de uma carreira marcada pela lealdade a um projeto autoritário. Não há programa de governo, apenas um pacto de servidão. Tarcísio não disputa como estadista; disputa como cúmplice, como correia de transmissão de um projeto que despreza as instituições e a democracia.

Essa cumplicidade se revela em cada gesto. Ao se oferecer como herdeiro político de Bolsonaro, Tarcísio adota a lógica da chantagem permanente: quem não se ajoelha é traidor. Ele se coloca como o sucessor obediente, disposto a transformar o cargo mais alto da República em balcão de favores para proteger um homem e sua família. A política, em suas mãos, deixa de ser espaço de negociação e se converte em ferramenta de vingança e destruição institucional. Esse é o retrato do candidato do golpe: alguém sem autonomia, sem projeto e sem qualquer compromisso com a sociedade.

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