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Dilma é reeleita presidente da república


Com 100% das urnas apuradas neste domingo, Dilma Rousseff (PT) está matematicamente eleita. A presidente soma 51,64% dos votos (54.501.118 eleitores) e não pode mais ser ultrapassada por Aécio Neves (PSDB), com 48.36% (51.041.155 eleitores) – veja o desempenho por Estado. Este resultado é o mais apertado da história desde 1989, quando Collor venceu Lula por 53% a 47%.
Em discurso oficial, Dilma afirmou que promoverá o diálogo em seu novo governo e que buscará a realização da reforma política através de um plebiscito. Ela também comentou a votação apertada e disse não ver uma divisão no País. Na comemoração da vitória, ela abraçou calorosamente o ex-presidente Lula.
“Não acredito do fundo do meu coração que essas eleições tenham dividido o País ao meio. Entendo que elas mobilizaram ideais e emoções, às vezes contraditórias, movidas por um sentimento de busca por um futuro melhor”, afirmou Dilma.
Dilma ainda disse que buscará um entendimento através do diálogo. “Vamos fazer nosso País avançar. Promoveremos debates na sociedade para abrir espaços capazes de tomar decisões maduras... Abertura e disposição para o diálogo. Esta presidente está disposta ao diálogo”.
Sobre a tão falada reforma política, Dilma diz que entendeu o recado das urnas. “Meu compromisso ficou claro, que é deflagrar a reforma política que é uma responsabilidade constitucional do Congresso e deve mobilizar a sociedade através de um plebiscito em uma consulta popular. Uma reforma que atenderá a sociedade e todas as forças ativas”.
Além da reforma política, Dilma prometeu combater a corrupção. “Terei um compromisso rigoroso contra a corrupção. Acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção. Vamos adotar medidas importantes para tornar isso possível”.
Mineira, Dilma tem 66 anos e viveu grande parte de sua vida no Rio Grande do Sul, onde participou da criação do PDT. Em Brasília, antes de chegar à Presidência pela primeira vez, em 2010, foi ministra de Minas e Energia (2003-2005) e da Casa Civil (2005-2010).
Durante o regime militar, Dilma integrou organizações de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa e foi torturada. Foi casada por mais de 30 anos com o advogado Carlos Araújo, pai de sua única filha, Paula.
Reeleita, Dilma dará ao PT um total de 16 anos no controle do governo – oito com ela e oito com Lula. O PSDB conquistou a presidência por duas oportunidades, com Fernando Henrique Cardozo, antes do início da trajetória petista.
A campanha entre Dilma e Aécio, segundo cientistas políticos ouvidos pelo programa Band Eleições, foi uma das mais acirradas e “ofensivas” da história, por ambas as partes. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) chegou a interferir e proibir os ataques pessoais na propaganda.
Com a reeleição garantida, Dilma agora terá uma grande missão pela frente, o de recuperar a confiança do setor financeiro. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) reagiu negativamente à possibilidade da continuidade da pesquisa. Um novo ministro para o lugar de Guido Mantega deve ser escolhido para a Fazenda.
O programa de propostas de Dilma não foi oficializado ao longo da campanha. No entanto, várias promessas foram feitas pela presidente. Os destaques são a contratação de médicos especialistas para consultas, integração das forças de segurança e combate à corrupção

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